23 de março de 2014

Luís Filipe Castro Mendes - NOVAS OPORTUNIDADES (8)

dia 26 de março
às 18h30
no Museu Nogueira da Silva
(Sala Ondina Braga)

apresenta
NOVAS OPORTUNIDADES
Para fugir aos estudos”. Assim começou, em 1996, o Sindicato de Poesia, com Ana Gabriela Macedo, António Durães, António Fonseca, Eduardo Jorge Madureira, Fernando Coelho, José Miguel Braga e Marta Catarino. Para a sede do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho, na Rua do Souto, em Braga, foram convocadas as primeiras manifestações poéticas, que divulgaram grandes poetas portugueses dos séculos XIX e XX, de Cesário Verde a Ana Luísa Amaral, passando por, entre outros, Jorge de Sena, Ruy Belo, António Gancho, Manuel António Pina e Alberto Pimenta.
Tendo, portanto, fugido aos estudos, distraído pela “mosca popular”, “avioneta escolar” no poema de Alexandre O’Neill, o Sindicato de Poesia regressou e continua com Novas oportunidades. Novas oportunidades para ler, reler e ouvir a poesia portuguesa.
“Para quê, perguntou ele, para que servem / Os poetas em tempo de indigência?”. Assim começa Hélia Correia o livro A terceira miséria, (Lisboa: Relógio d’Água, 2012), obra que inaugurou as Novas oportunidades. “Para quê poetas em tempo de indigência?”, pergunta hoje, de novo, um poema de Luís Filipe Castro Mendes. Escutem bem o que ele responde.


Dizem A Misericórdia dos Mercados: Ana Arqueiro, Eduardo Jorge Madureira, Fernando Coelho e Marta Catarino

A Misericórdia dos Mercados, de Luís Filipe Castro Mendes

Visitando os lugares e os afectos de que se construiu um passado, e voltando “[-] à poesia, esse caminho estreito / entre a solidão e a vida”, é no entanto o presente que mais perpassa pelas páginas deste livro. Feito o Balanço e Contas “Nada representamos. Não damos lucro”, e por isso, #Se o navio afunda / a solução é atirar ao mar os passageiros”. Porque no final “Os mercados são simultaneamente o criador e a própria criação. / Nós é que não fazemos falta.”


REGRAS DE PROTOCOLO

Os que não têm lugar à mesa
devem rodar delicadamente para trás
e afastar-se sem barulho e sem notícia.
Os lugares foram reduzidos por forma a
um número crescente de convidados deixar
de ter lugar no banquete, sem qualquer aviso prévio
ou desculpa improvisada. Prontamente.

Conhecer as regras é necessário,
ignorá-las
é soberano.

[In http://www.assirio.pt/livros/ficha/a-b-misericor-b-dia-dos-mercados?id=15287817]

1 - REGRESSO – EJ
2 - ED È SÚBITO SERA – FC
3 - ANUNCIAÇÃO – MC
4 - PARA QUÊ POETAS EM TEMPO DE INDIGÊNCIA – AA
5 - FEIRA DO LIVRO – FC
6 - JE RENTRE À LA MAISON – MC
7 - UMA ANTIGA MÚSICA – EJ
8 - O CABO DA ÁSIA – AA
9 - CARTA A MIGUEL GOMES DEPOIS DE VER TABU – FC
10 - BALANÇO E CONTAS – EJ
11 - ENSAIO SOBRE O QUOTIDIANO – MC
12 - OS MORTOS – AA
13 - ACORDAR – MC
14 - PORTUGAL, O VERÃO – EJ
15 - EL VERBO HECHO TANGO – AA
16 - SAUDADES DO FUTURO - FC
17 - MARCEL PROUST – EJ
18 - MATINAL COM UM VERSO DE JORGE DE SENA – MC
18 - ESTES DIAS ROUBADOS AO TEMPO – FC
19 - SONETO FORA DO TEMPO – AA
20 - CONVERSA NO TIERGARTEN – MC
21 - CIDADES – EJ
22 - O QUE CHEGAMOS A ENTENDER – AA
23 - DANS LE PORT D’AMESTERDAM - FC
24 - O EQUILÍBRIO OU DO NAUFRÁGIO COMO OBJECTIVO DE NAVEGAÇÃO - EJ
25 - REGRAS DE PROTOCOLO – MC
26 - O AMOR É UMA DESPEDIDA – FC
27 - HOJE – AA
28 - GLOSAS DE ESPERANÇA – 1FC – 2MC – 3AA
29 - REGRESSO - EJ
30 - MODO MUDANDO - FC
31 - OS DIAS SEGUEM-SE AOS DIAS – AA
32 - MODOS DE PRODUÇÃO – EJ
33 - A MISERICÓRDIA DOS MERCADOS – FC
34 - OS DERROTADOS DE ABRIL – MC
35 - OS DISPENSÁVEIS – AA
36 - OS DISPENSÁVEIS, EXEMPLOS 1,2,3 – MC
37 - SONETO FUNCIONÁRIO – FC
38 - ISTO NÃO É UM POEMA – EJ
39 - IMITADO DE ALBERTO CAEIRO – AA
40 - ANJO NECESSÁRIO – 1MC – 2FC – 3AA
41 - VIGÍLIA – EJ
42 - NOSSA SENHORA DE ROCAMADOUR – 1MC – 2EJ – 3AA – 4FC





21 de março de 2014

DIA DA POESIA

O Sindicato de Poesia comemora o DIA DA POESIA com um recital na Biblioteca Municipal de Amares, no dia 21 de Março, pelas 21h30.

O alinhamento é o seguinte:

DIA DA POESIA
21 de Março de 2014
21h30
o Sindicato de Poesia na Biblioteca Municipal de Amares



1. ECLOGA BASTO (excerto)
(LB + AD)
  
2. OS LIVROS
É então isto um livro?. Manuel António Pina. (SM) 

Os meus livros. Jorge Luís Borges. (MM) 

Nada consta. Ruy Belo. (FC) 

Palavras. Fernando Pinto do Amaral. (AA) 

«The house of life ». Manuel António Pina. (LF) 

A Leitora. António Ramos Rosa. (AA)

Lição. Nuno Júdice. (FC) 

Livros. Caetano Veloso. (LF)

. Pedro Mexia. (SM) 

Louvor ao lixo. Adília Lopes. (MM) 

Não gosto tanto de livros. Adília Lopes. (AA)

Liberdade. Fernando Pessoa. (SM)

23. António Franco Alexandre. (MM)

Poema de Natal. Vinicius de Moraes. (LF) 

O Livro. Manuel António Pina. (FC)

3. SÁ DE MIRANDA
Amor que não fará? Fez-me enjeitar (LB)
Não sei qu’em vós mais vejo (AD)
O sol é grande, caem co'a calma as aves (AGM)
Alma que fica por prazer desd'hoje (LB)
Este retrato vosso e o sinal (AD)
Quando eu senhora em vós os olhos ponho (AGM)
Aquela já tão clara  e verdadeira (LB)
Aquelas esperanças, que eu, metido (AGM)

4. EPÍGOLO _ ANTÓNIO VARIAÇÕES
(AD) 

Dizem: António Durães, Luís Barroso, Sofia Moreira, Manuela Martinez, Fernando Coelho, Ana Arqueiro, Luísa Fontoura, Ana Gabriela Macedo.

Paisagem sonora pastoril: Janela Amarela

5 de março de 2014

Inês Fonseca Santos - NOVAS OPOTUNIDADES (7)

quarta-feira, 5 de março, 18h30
Museu Nogueira da Silva, Sala Ondina Braga


A Habitação de Jonas

(Inês Fonseca Santos)



A poeta trabalha uma das mais impressivas narrativas da Bíblia, a dos três dias passados por Jonas na barriga da baleia. É nesse túmulo pulsante que tem “no lugar da porta a boca do peixe”, que o profeta se redime. Nos 24 poemas ouvimos Jonas, mas também a história de amor entre um casal desconhecido, enredado na fluidez marinha da casa a que regressam.


 “Jonas passou três dias e três noites no ventre de uma baleia, informa o evangelho segundo S. Mateus. A história bíblica é no entanto muito anterior e o próprio livro de Jonas não identifica o grande animal marinho dentro do qual terá estado o profeta. Segundo a bíblia seja qual for a criatura dos mares que o salvou, proporcionou-lhe também uma experiência de morte e ressurreição que o conduziu ao arrependimento. É justamente a partir desta história bíblica que Inês Fonseca Santos constrói o seu segundo livro de poesia.
De uma unidade formal irrepreensível. Ao todo são 24 poemas representando os três dias de clausura que servem a Jonas de redescoberta. Só que do primeiro para o segundo dia, da primeira para a segunda secção deste longo poema, em 24 partes, passa-se da história bíblica para a história de um casal: um eu, uma ela que podem ser todo o mundo e ninguém.
A habitação de Jonas torna-se casa comum e acontecia então o regresso dela. Ela regressava a casa cada vez mais distante dele, por dentro das paredes como um animal manso, descalça ia pela madeira, nas mãos, os sapatos soltando as pedras, ele procurava-a, colhendo pedra a pedra um destino, o destino dele, o destino dela.”

Carlos Vaz Marques, in TSF 09.05.2013





Poemas ditos por:

A Habitação de Jonas – António Durães
Jonas chegou a casa – Ana Gabriela Macedo
Jonas desconhecia – Manuela Martinez
O coração de Jonas – Fernando Coelho
Jonas começou – António Durães
Jonas sabia falhar – Manuela Martinez
Jonas caminhava – Ana Gabriela Macedo
Jonas pensou – Fernando Coelho
Jonas só compreendeu – Ana Gabriela Macedo
Era então demasiado tarde – António Durães
As escadas tinham – Manuela Martinez
Jonas não sabia – Fernando Coelho
O meu jardim – Manuela Martinez
A nossa casa – Fernando Coelho
A nossa vida – Ana Gabriela Macedo
Havia muitos dias – António Durães
Nesses dias – Ana Gabriela Macedo
E no entanto – Manuela Martinez
Ele regressava – Fernando Coelho
Em casa – António Durães
E no entanto havia – Ana Gabriela Macedo
E acontecia – Fernando Coelho
As minhas dúvidas - Manuela Martinez/Fernando Coelho
Senhor, liberta-me – António Durães