9 de junho de 2010

EKPHRASIS

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http://www.youtube.com/watch?v=WdH2gx_uP0Q
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Nos dias 2, 3 e 4 de Julho, às 21h45, no Museu Nogueira da Silva, o SINDICATO DE POESIA apresenta EKPHRASIS.

Uma viagem (guiada) por uma espécie de instalação poética performada, criada nalgumas das zonas menos acessíveis ao Museu. Quando, finalmente, os “habitantes animados da instalação” e as “guias dançantes” se reúnem no salão nobre, estação intermédia da viagem, consuma-se o corpo principal do recital.

Ekprasis resulta da soma de várias reflexões poéticas sobre outros tantos objectos pictóricos. É poesia inspirada na pintura, ou o discurso poético que produz comentário e reflexão a partir de algumas obras maiores da pintura.

E há um fado. E uma canção sobre uma fotografia de um pintor. E uma canção sobre a viagem.






“ekphrasis – a vi a gem

São só poemas, pá, que caminham por dentro da casa, palavras pintadas, até à carreira do recital.

E nós, pá, caminhamos como se a estrada fosse atapetada de poesia. Como se a estrada, ela própria, fosse poesia. Como se os poemas fossem farinha demarcando o caminho atapetado de poemas. Ou ao contrario, pá. Como se os poemas estivessem desenhados a alcatrão no castanho da terra. Sabe-se lá.

Solidificando o caminho.

Materializando o percurso.

Sinalizando, dengosos, cada curva, a hora que os ultrapassa, o dia, a estação e o mistério.

A viagem, pá, (exmos. senhores, digo!), e para que fiquem sabendo, faz-se a partir do poema pintado. Da pintura. E depois dela, da palavra poética. Do poema. Do discurso ekphrásico.

Ekphrasis, o próximo recital do Sindicato de Poesia, quer ser isso mesmo: uma viagem. Tripla. Por dentro da casa; por dentro de nós; por dentro da cumplicidade convosco. Uma viagem, também, feita por dentro da poesia, por dentro da pintura e, logo, por dentro do discurso.

No autocarro ekphrásico se viaja, nos dias 2 e 3 e 4 de Julho, com partida marcada para as 21h45 de cada um deles, do cais de embarque do Museu Nogueira da Silva, em Braga.

Mas antes de se chegar ao quadro, à pintura, a Rembrandt e a Picasso, a Magritte e a Goya, a Malhoa e a tantos mais, o autocarro do recital há-de parar em sítios obrigatórios: numa cozinha para que os estômagos se afaguem com rabanadas e canela, e sopa de tomate, mas não da enlatada como Andy consagrou; no quarto, para que o sono seja reposto no leito onde, outrora, também dormiu Salazar e Cerejeira, sempre que eram visitas lá de casa; na capela onde se rezará cantando por uma viagem longa e rica, plena de aventuras; no jardim onde regaremos rosas de papel de seda, antes do alho, da couve e dos outros legumes irmãos da rosa; no pátio onde retocaremos muros gastos como se fossem novas telas e procuraremos a água do poço, para a bebermos; na pérgola, com um pé na gola da música ainda indecifrável; e, finalmente, na nobreza do recital em salão.

Chegamos quando chegarmos, que a viagem quer-se longa.

Agora apresentem os vossos bilhetes, se fazem favor!

Pois, como dizia o poeta,

"Na primavera ou no verão

usava sempre sapatos de duas cores

e glicínias como atacadores"!

E boa viagem.”



EKPRASIS

dias 2, 3 e 4 de Julho (sexta, sábado e domingo)

21h45

Museu Nogueira da Silva, Braga

plenário dos trabalhadores: ana gabriela macedo, ana arqueiro, carolina losa, daniel pereira, gabriela barros, gaspar machado, joão figueiredo, lara franco, luís barroso, manuela martinez, paulo pereira, sandra andrade, susana cerqueira e vânia gonçalves;

delegação sindical: antónio durães;

secção panfletária: luís mestre;

secção fotográfica: manuel correia;

secção vídeo: márcio paranhos

cumplicidade: museu nogueira da silva;

apoio: rádio universitária do minho;








ALINHAMENTO

O Candidato

Sylvia Plath

sobre “Homenagem a Mack Sennett”, de René Magritte

tradução de Ana Maria Chaves

Fado Malhoa

José Galhardo

sobre “O Fado” de José Malhoa

Os Jogadores de Cartas

Philip Larkin

sobre “Os Jogadores de Cartas” de Adriaen Brower

tradução de Rui Carvalho Homem

Número 1 de Jackson Pollock

Nancy Sullivan (1965)
sobre “Número Um” de Jackson Pollock

tradução de Eugénia Brito

Pátios em Delft (Pieter de Hooch, 1659)

Derek Mahon

sobre O Pátio de uma Casa em Delft” de Pieter De Hooch,

tradução de Rui Carvalho Homem

Musée dês Beaux Arts

W.H. Auden

sobre “A Queda de Ícaro” de Pieter Bruegel, o Velho

tradução de Margarida Vale do Gato

Carta aos meus Filhos sobre os Fuzilamentos de Goya

Jorge de Sena

sobre “O três de Maio” de Francisco Goya

“A Cadeira Amarela”, de Van Gogh

Jorge de Sena

sobre “A Cadeira” de Van Gogh

“A Morta”, de Rembrandt

Jorge de Sena

sobre “A Morta”, de Rembrandt

Diálogo com a Figura do Profeta Jeremias,

pintada por Miguel Ângelo no Tecto da Capela Sistina

Ruy Belo

sobre “Jeremias” pintado no tecto da Capela Sistina de Miguel Ângelo

Enterro em Ornans

Nuno Júdice

sobre “Enterro em Ornans” de Gustave Courbet.

Cortando Batata de Semente

Seamus Heaney

sobre Pieter Bruegel, o Velho (“A Ceifa”)

tradução de Rui Carvalho Homem

Clareiras – Em memória de M.K.H., 1911-1984

Seamus Heaney

sobre “Mulher Descascando Maçãs” de Pieter De Hooch

tradução de Rui Carvalho Homem

Before the Mirror

John Updike

sobre “Mulher em Frente ao Espelho” de Pablo Picasso

tradução de Eugénia Brito

René and Georgette Magritte with their Dog after the War

Paul Simon

sobre fotografia de René e Georgette Magritte com o seu cão











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