28 de setembro de 2009

Mui Alto e Mui Perflugente Recital

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doze meses menos um - rascunho # 8

28 de Setembro de 2009, às 21h45
Salão Medieval da Biblioteca Pública de Braga (Largo do Paço)


Desta vez fomos ao Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, cancioneiro impresso em 1516 e que contem 880 composições de cerca de 300 escritores portugueses produzidas nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I. Mas também haverá poemas do século vinte e música e dança e uma vihuela.

Poemas do Cancioneiro de Garcia de Resende e alguns poemas do século vinte, ditos por: Gaspar Machado, Manuela Martinez e Marta Catarino.

Música ao vivo: Jorge Costa (vihuela) e Quarteto Gaudia IV (soprano- Estefânia Surreira; contralto- Alzira Martinho; tenor - Armando Peixoto; baixo- Nuno Araújo)

Danças: Gabriela Barros e Lara Franco, dirigidas por Cristina Mendanha e Joana Domingues

Cartaz:
Francisco Areias

Fotografia: Miguel Meira

Direcção:
Gaspar Machado com António Durães

Cúmplices: Isabel Fernandes

Cumplicidades:
Biblioteca Pública de Braga, Velha-a-Branca estaleiro cultural, Rádio Universitária do Minho, Museu Alberto Sampaio, Arte Total

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apresentação também no dia
30 de Outubro, 21h45, no Museu Alberto Sampaio, Guimarães,
com Ana Arqueiro em substituição de Marta Catarino

nota à imprensa:

No próximo dia 30 de Outubro, pelas 21h45m, na Sala do Capítulo, o Museu de Alberto Sampaio, em parceria com o Sindicato de Poesia, organiza um recital de poesia intitulado «mui alto e mui perflugente recital».
O Sindicato de Poesia decidiu agarrar em poemas do «Cancioneiro Geral de Garcia de Resende», – cancioneiro impresso em 1516 e que contém 880 composições de cerca de 300 escritores portugueses produzidas nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I –, a que juntou poemas do século XX, música, dança e uma vihuela, e realizou um interessante recital de poesia.
Haverá seguramente uma simbiose perfeita entre a poesia e o espaço do museu. A não perder!
Pela primeira vez o Sindicato de Poesia vem ao Museu de Alberto Sampaio e, deseja-se que este seja um dos muitos recitais a realizar, no futuro, neste espaço.

Programa:
Poemas do Cancioneiro de Garcia de Resende e alguns poemas do século vinte, ditos por: Ana Arqueiro [AA], Gaspar Machado [GM] e Manuela Martinez [MM].
Música ao vivo: Jorge Costa [JC] (vihuela) e Quarteto Gaudia IV (soprano- Estefânia Surreira ; contralto- Alzira Martinho; tenor - Armando Peixoto; baixo- Nuno Araújo)
Danças: Gabriela Barros [GB] e Lara Franco [LF], dirigidas por Cristina Mendanha e Joana Domingues
Direcção: Gaspar Machado com António Durães
Cartaz: Francisco Areias
Direcção: Gaspar Machado com António Durães
Cumplicidades: Biblioteca Pública de Braga, Velha-a-Branca estaleiro cultural, Rádio Universitária do Minho, Museu de Alberto Sampaio, Arte Total

Para saber mais:

O Sindicato de Poesia é uma Associação Cultural que desde Outubro de 1996 trabalha o acto performativo de dizer poesia. Com mais de 200 recitais realizados, e o envolvimento de mais de 150 participantes no acto de dizer poesia, o Sindicato teve a oportunidade de apresentar recitais coordenados por, entre outros, António Durães, António Fonseca, Almeno Gonçalves, Sandra Faleiro, Afonso Fonseca, Miguel Azguime, Marcantonio del Carlo, Luís Assis, estabelecendo cumplicidades com actores, como João Reis, Natália Luiza, Márcia Breia, Carmen Dolores, músicos, como os Miso Ensemble e Miguel Carneiro, fotógrafos, como Pedro Guimarães e Manuel Correia.
Desde o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende à nova Poesia Portuguesa, a T.S. Eliot ou Dylan Thomas, Ruy Belo ou Alberto Pimenta, Ana Luísa Amaral ou Federico Garcia Lorca, San Juan de La Cruz ou Bocage, muitos são os poetas cujas palavras o Sindicato já procurou habitar, em bibliotecas, livrarias, museus, teatros, auditórios, associações culturais, juntas de freguesia, cafés, barbearias, de Santiago de Compostela a Faro.
Como fio condutor, o prazer de descobrir a palavra, de partilhar a palavra dita, de viver a palavra poética.
Em 2009 o Sindicato tem vindo a apresentar um ciclo de recitais, denominado "Doze Meses Menos Um - Rascunhos", onde cada mês (excepto Agosto) é apresentado um recital diferente. Desde Janeiro, os temas têm sido:
#1 Aqui vai tudo de mal a pior – contos de “A Planície em Chamas”, de Juan Rulfo
#2 A distância que agora nos separa – os poemas de Daniel Faria
#3 A Questão da Primavera – textos das primeiras Vanguardas do século XX
#4 Memórias de uma menina bem-comportada – as palavras de Simone de Beauvoir
#5 emBRECHTados – a poesia de Bertolt Brecht
#6 Erva daninha – as palavras das canções de António Variações
#7 LORCA QUE TE QUIERO LORCA – poemas de Federico Garcia Lorca
#8 Mui Alto e Mui Perflugente Recital – o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
#9 (estreia a 26 de Outubro) – A Poesia, o Vinho e as Rosas


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3 comentários:

Anónimo disse...

Um encontro feliz e único das idades com as artes. Obrigado.

Teresa castro disse...

Olá.

A noite que serviu de palco ao vosso recital transformou-se numa noite mágica que transportou a todos para um outro tempo, um outro mundo. O espaço escolhido não poderia ter sido melhor.
Parabéns pelo vosso trabalho. É sempre um prazer estar presente.
Partilho um poema do qual gosto muito. É de um poeta que descobri muito recentemente.

Abraços,

Teresa Castro

Rostos

Depois de tanto tempo, experimenta
sair pé ante pé do teu inútil
abrigo subterrâneo,
afasta o medo ao menos uma vez
e sobe num rompante decidido
as escadas de incêndio do coração.

Depois de tudo isso, não desistas
de contemplar de novo o planeta,
a paisagem lunar do teu corpo,
a terra calcinada onde nasceu
a erva radioactiva a que chamavas
paixão e era só
alarme falso, anúncio colorido
onde brilhava a luz extraterrestre
dos rostos, tantos rostos onde os sinos
tocavam a rebate.

Depois de tantas fugas sem perdão,
dos truques que falhaste, dos feitiços
que já não funcionam,
o que tens a perder? Já não sabes
manejar bem o astrolábio
e a bússola não é de confiança,
mas agora não tens, nunca tiveste
qualquer alternativa.
Depois de tantos rostos,
ouves ainda a noite, coração?
Conheces a matéria de que é feito
o vento quando bate
Em rostos como esses? Saberás
decifrar pela milésima vez
a razão sem razão, o sentido
que nunca fez sentido da palavra amor?

Fernando Pinto do Amaral

Sindicato de Poesia disse...

Obrigada pelas simpáticas palavras e pelo lindo poema. Já dissemos poemas deste autor, de que muito gostamos.