26 de janeiro de 2009

aqui vai tudo de mal a pior

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DOZE MESES MENOS UM: rascunhos

rascunho # 1

aqui vai tudo de mal a pior

26 de Janeiro, às 21h45
no Estaleiro Cultural Velha-a-Branca
Largo da Senhora-a-Branca, nº 23

Contos de “A Planície em Chamas”, de Juan Rulfo, ditos por Ana Rei, Daniel Pereira, Francisca Vasconcelos, Gaspar Machado e Marta Catarino (que dirige).

Banda sonora: Lhasa de Sela, Chavela Vargas, Alejando e Vicente Fernández.
Operação de som de Rui Chaby.

cumplicidades: Biblioteca Pública de Braga e Estaleiro Cultural Velha-a-Branca.

alguns cúmplices: Sérgio Xavier (som) e Pedro Guimarães (foto de cena).

O primeiro rascunho de “DOZE MESES MENOS UM: rascunhos”, conjunto de recitais que o Sindicato de Poesia apresentará, na última segunda-feira de cada mês, durante 2009.
Partindo do livro “A Planície em Chamas”, de Juan Rulfo, escritor maior do México, dos 17 contos que compõem “um livro que queima as mãos”, segundo o crítico Edmundo Valadés, foram apresentados três: “É que somos muito pobres”, “Lembra-te” e “O Dia do Desmoronamento”.

Um rio sobe, uma rapariga perde-se. Às catástrofes naturais sucedem-se as dos homens. Um universo angustiante, fatalista, povoado de fantasmas, como todo o imaginário de Juan Rulfo, mas que nos atrai pela simplicidade narrativa cristalina de um conto infantil. Contos duros, irónicos, por vezes brutais, onde a ambiguidade das personagens é um reflexo da vida não no México dos anos 50, mas aqui e agora.

Sobre “A Planície em Chamas” (1953), ed. Cavalo de Ferro, 2003:

“Uma “coisa” sem nome que agarra tanto o leitor como as personagens, ficam todos reféns da planície. O “El Llano” adquire uma aura quase mágica – as vénias de Jorge Luis Borges a Juan Rulfo, ou a confessa influência do mexicano nos “realistas mágicos” (Gabriel García Márquez) deve-se mais a essa peculiar geografia (génese remota do Macondo) do que ao estilo, de um angustiante realismo. “A Planície em Chamas” é um clássico, o livro foi publicado em 1953. Juan Rulfo (1918-1986) só viria a editar mais um, o romance “Pedro Páramo”, dois anos depois.”
José Prata (28/11/03, O Independente)

"Vivi, portanto, numa zona devastada. Não apenas de devassidão humana, mas devassidão geográfica."
Juan Rulfo

Sobre Juan Rulfo:

Juan Rulfo foi um dos grandes escritores latino-americanos do Século XX e nas suas obras apresenta-se uma combinação de realidade e fantasia, cuja acção se desenrola em cenários sul-americanos, e as suas personagens representam e reflectem o típico do lugar, com as suas grandes problemáticas socio-culturais entrelaçadas com o mundo fantástico. Muitos dos seus textos têm sido base de produções cinematográficas.
A partir de 1946 o autor dedicou-se também à fotografia, médium com o qual realizou notáveis composições. Em 1947 casou-se com Clara Aparicio, com a qual teve quatro filhos.
Foi um incansável viajante e participou em vários congressos e encontros internacionais, e obteve prémios como o Prémio Nacional de Literatura no México em 1970 e o Prémio Príncipe de Astúrias em Espanha em 1983. Faleceu no México em 1986.

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