Ana Luísa Amaral – E muitos os caminhos ou, A GRAMÁTICA DAS COISAS
Procurámos, nesta breve seleção de poemas para serem ditos pelo Sindicato de Poesia, homenagear Ana Luísa Amaral, companheira que foi nossa ao longo de tantos anos, tantos versos e tantas cumplicidades outras. Difícil a escolha…! Porque muita a diversidade e o poder de cada palavra sua, dos seus vários ritmos, das suas várias referências, das emoções, denúncias e afectos partilhados. Impossível não evocar, a cada poema lido, a magia da sua voz, o seu timbre inigualável. Impossível também não lembrar o seu riso sempre pronto, a sua gentileza e empatia próprias. Por isso sempre e uma vez mais, revisitaremos a poesia de Ana Luísa Amaral, porque nos faz falta, nos ajuda a ver/ler o mundo, nos leva pela mão no perscrutar das “fórmulas de olhar em diagonal” e no entender da “gramática das coisas”.
A seleção que aqui trazemos traduz um olhar, uma interpretação, uma leitura, não diacrónica, mas antes electiva dos seus textos inter e intra-dialogantes, cujas vozes múltiplas, ecos e reverberações cada um/a aprende a saborear a seu modo. Uma poética que se dá generosamente a ler “do avesso” (o “avesso do mundo”, assim como o “avesso de si mesma”, expressão tão ao gosto da Ana Luísa), espraiando-se por múltiplos caminhos, interditos, fissuras, apoteoses, em busca do “excesso mais que perfeito”.
Mas impossível não evocar também, Sofia Saldanha e Luís Barroso, companheiros indissociáveis destas caminhadas “sindicais” conjuntas, cujas vozes singulares e presenças mansas aqui trazemos, hoje e sempre, pela amizade forjada na aventura comum de dizer, pintar, cantar, teatralizar a palavra poética.
Que a poesia seja “furor” e que “o furor persista”, como reclamou Ana Luísa.
Ana Gabriela Macedo
Ritmos e Andamentos:
1- A palavra – “espaço ou receita qualquer em vez de mim”
2- A gramática das coisas
3- Imagens – “fórmulas de olhar em transversal”
4- Coisas de Partir – “tento empurrar-te de cima do poema”
5- “E muitos os caminhos”
6- Às vezes o Paraíso – “minha filha ou a cores”
7- Imagias – “a vida é também isto: uma espingarda às vezes carregada”
8- A Génese do Amor – “de ti tardei a tradição e o tempo”
9- A Leste do Paraíso – “prece no Mediterrâneo”
10- Mundo – “o interior da História repelido por séculos”
11- Ou, por outras Palavras – “mas que o furor persista”
Selecção de textos
Ana Gabriela Macedo
Cartaz
João Catalão
Pequenos vídeos
Adriana Romero
Participação musical
La Resistance (Alcino Canas percussão; Francisco Carvalho, viola; João Figueiredo, guitarra; Márcio Décio, ausente)
Coordenação Geral
António Durães
Recitadores
Ana Arqueiro,
Ana Gabriela Macedo
António Durães
António Ferreira
Daniel Pereira
Fernando Coelho
Gaby Barros
Gaspar Machado
Inês Pires
Joana Vilaverde
João Figueiredo
Manuela Martinez
Marta Catarino,
Paulo Pereira
Apoio
Rádio Universitária do Minho + A Brasileira
um recital in memoriam de Ana Luísa Amaral, Luís Barroso e Sofia Saldanha